HEBREUS 7:1-3 – “Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz; Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre”.
Ao descrever o sacerdócio eterno de Jesus, o autor da carta aos Hebreus faz menção à sua genealogia. Jesus era descendente da tribo de Judá, de acordo com a tradição de Israel ele não poderia ser sacerdote, pois o sacerdócio que fora estabelecido descendia da tribo de Levi seguindo a linhagem de Aarão irmão de Moisés e primeiro sumo sacerdote israelita. Baseando-se no capítulo 14 de Gênesis e o versículo 4 do salmo 110 que diz: “O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”, o ministério sacerdotal de Cristo é explicado.
Em sua narrativa inicial o livro de Gênesis procura fazer um relato da criação do mundo. No capítulo 12 começa um recorte histórico de mais de 2.100 anos que vai até o livro de Malaquias, último livro do Velho testamento. Durante este período as escrituras narram a história do povo hebreu e do relacionamento de Deus com eles, tendo como ponto de partida a aliança feita com Abraão. Abraão recebe de Deus uma promessa de si tornar uma grande nação. Ele vai para Canaã com seu sobrinho Ló e prospera, no entanto os seus servos começam a ter conflitos e os dois acabam se separando. Ló vai para Sodoma, mais tarde é capturado e levado pelos inimigos, quando alguns reis da região entram em batalha. Abraão juntou trezentos e dezoito de seus homens e foram atrás de seu sobrinho, ele derrotou os inimigos e recuperou Ló e todos os bens que haviam sidos levados. Alguns reis vieram ao encontro de Abraão, Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, pegou pão e vinho e abençoou Abraão. Reconhecendo que era inferior Abraão pegou dízimo dos bens e deu a Melquisedeque.
Abraão tinha a promessa, contudo, não possuía o sacerdócio. Melquisedeque era sacerdote do Deus Altíssimo e ao abençoar Abraão passou para ele esta função sacerdotal. A promessa feita por Deus a Abraão começa a ser cumprida na quarta geração com seus bisnetos filhos de seu neto Jacó (Israel). Os doze filhos de Jacó deram origem as doze tribos de Israel, dentre elas, a tribo de Levi foi separada para o sacerdócio, enquanto o reinado viria da linhagem de Judá. De acordo com a tradição judaica o Cristo não poderia ser ao mesmo tempo rei e sacerdote, no caso de Jesus ele só poderia ser nomeado rei porque era oriundo da tribo de Judá. O escritor da carta aos Hebreus explica que o sacerdócio de Jesus é superior ao levitico e é eterno, já que não se limita a genealogia. Para isso ele usa a figura de Melquisedeque, ao qual Abraão deu dizimo e foi abençoado.
Melquisedeque é um personagem misterioso que aparece na narrativa bíblica em Gênesis 14 e no Salmo 110 além de Hebreus. Diferentemente de outros personagens não se fala de sua origem e nem de sua morte, portanto sua genealogia não é contada. Melquisedeque é um titulo que significa (rei de paz e justiça), ele era rei de Salém que dá origem a palavra hebraica shalom (paz), acredita-se que posteriormente a cidade se tornou Jerusalém. Embora apareça rapidamente nas escrituras, sua figura passou de geração para geração na oralidade judaica. Uma das linhas de pensamento cultivada no judaísmo é de que Melquisedeque pertencia a um sacerdócio que vinha desde Sete. O primeiro homem Adão, era instruído por Deus todos os dias com sua esposa Eva, esta, gerou dois filhos, Caim e Abel. Caim matou Abel e foi amaldiçoado por Deus. Eva deu a luz a outro filho, chamado Sete, com ele o nome do Senhor começou a ser invocado: “A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o nome do Senhor” (Gn 5:26). Os primogênitos descendentes de Sete eram os sacerdotes do Deus Altíssimo; Enos, Cainã, Maalaleel, Jarede, Enoque, Matusálem, Lameque e Noé antes do dilúvio. Após o dilúvio o sacerdócio continuou com Sem, filho de Noé, de acordo com esta linha de pensamento Melquisedeque foi o último desta ordem de sacerdote. A transferência para Abraão faz com que o Altíssimo passe a usar uma nação como sacerdotes, até que venha o verdadeiro sumo sacerdote Jesus.
Jesus ensinou que todas as coisas passarão os mortos serão ressuscitado, todos nós seremos julgados e haverá uma nova vida onde será estabelecido o seu reino eterno. Como sumo sacerdote sua intercessão é contínua no santuário celestial, por isso, precisamos persistir nas orações dos santos pois temos um rei que é eterno e olha por nós.
Márcio Fostino.
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