GÊNESIS 15:13-14 – “Então disse a Abrão: Saibas, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos, Mas também eu julgarei a nação, à qual ela tem de servir, e depois sairá com grande riqueza”.
O Egito aparece pela primeira vez na Bíblia quando Abrão migra para terras egípcias em decorrência da escassez de alimento vivida em Canaã. Abrão temia ser morto pelos egípcios por conta da beleza de sua esposa Sarai, então, antes de partir o casal combina de fingir serem irmãos. O Faraó do Egito ficou sabendo da beleza de Sarai e a tomou como mulher recompensando Abrão com alguns bens. Por conta de Sarai, Deus feriu com doenças o soberano do Egito e a sua família. Faraó mandou chamar Abrão e perguntou a ele por que havia mentido. Em seguida deu ordem aos guardas que o levassem embora do Egito juntamente com sua esposa e os bens que havia lhe concedido. Deus reafirma a aliança que fizera com Abrão, no entanto, profetiza que os descendentes do patriarca seriam peregrinos e viveriam por um longo prazo na escravidão. Isso se cumpriu quando os hebreus estiveram no Egito quatro séculos, a maior parte deste período eles viveram como escravos. A libertação só ocorreu quando Deus levantou Moisés para libertar e liderar o povo rumo a Terra Prometida.
No contexto teológico, a forma com que é apresentado pela primeira vez um termo, pode determinar sua aplicação espiritual em outros momentos da narrativa bíblica e na caminhada de fé. No momento que o Egito era o grande império da Terra, Abraão foi peregrino e usou de uma mentira para sobreviver, ele ainda foi beneficiado com bens que recebeu de Faraó, posteriormente, sua descendência foi escravizada pelos egípcios. Na espiritualidade judaica e cristã o Egito representa o mundo que com seus valores escraviza os filhos de Deus, já Faraó representa aquele que tenta dominar e possuir o que pertencia aos que foram escolhidos. Os hebreus viveram tanto tempo sobre o jugo da escravidão que muitos não sabiam o valor da liberdade, quando Moisés conduzia o povo pelo deserto ele foi confrontado, pois muitos queriam voltar para o Egito, as dificuldades do caminho fizeram os hebreus se esquecerem da promessa de uma terra fértil. Assim é o mundo que jaz do maligno, o homem nasce escravo, não crê nas promessas de Deus, se entrega aos prazeres que o Diabo oferece e é escravizado pelos vícios. O grande problema é que o homem não tem consciência da sua condição e da verdadeira liberdade. A solução é um libertador que o faça vislumbrar as promessas e viver a presença de Deus.
Assim como Deus disse para Abrão que a sua descendência seria escravizada e que puniria a nação que os afligissem, Jesus também anunciou a libertação e afirmou que o príncipe deste mundo já está condenado. Discernir os poderes espirituais que regem este mundo é importante para que se possa entender a liberdade que há em Cristo. As mudanças ocorrem quando entendemos o poder que temos de decidir os nossos caminhos. A consciência de saber a condição em que nos encontramos neste mundo e, das promessas que Deus tem para nossa vida, nos ajuda desejar algo melhor. Jesus ensinou sobre a condição humana, em que os nossos pecados nos escravizam e consequentemente escraviza nossos semelhantes. Só a verdade liberta e Jesus é a verdade revelada aos homens, através de seus ensinamentos nos aproximamos de nosso criador, por seu sacrifício podemos ser livres e em seu nome recebemos o perdão e o amor de Deus.
Márcio J. Fostino.
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Vc falou muito bem, mas, assim como a grande maioria dos teólogos, vc não soube explicar o que Abraão fez de tão grave , que Deus prometeu à ele punição de 400 (ou 430) anos de escravidão de seus descendentes no Egito.
Porque ninguém sabe responder sobre isso ?
Amém, Deus é nosso refúgio